Relatórios
As aprendizagens fundamentais na América Latina e no Caribe (ERCE 2019)
O Estudo Regional Comparativo e Explicativo – ERCE 2019 – é uma iniciativa realizada pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação – LLECE, sob a liderança de Claudia Uribe, diretora do Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe – OREALC/UNESCO Santiago, e Carlos Henríquez, coordenador do LLECE. O estudo envolveu 16 países membros, incluindo Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, e foi realizado em colaboração com o Escritório Regional da UNICEF para a América Latina e o Caribe (UNICEF LACRO).
O objetivo do ERCE 2019 foi avaliar o desempenho de aprendizagem dos estudantes em leitura, redação, matemática e ciências nos sistemas educacionais da América Latina e do Caribe. A amostra consistiu em aproximadamente 160.000 estudantes de 3º e 6º ano, que fizeram as provas durante 2019 em cerca de 4.000 escolas selecionadas de forma representativa.
Os resultados do “ERCE 2019” revelam uma situação preocupante na região
Em geral, não se observam progressos significativos na maioria dos países que participaram tanto do ERCE 2019 quanto do TERCE 2013. Essa falta de progresso representa um alerta para os sistemas educacionais da região e para a comunidade educacional em geral. Além disso, os resultados mostram que a maioria dos estudantes da região está aprendendo muito pouco nos primeiros anos de sua educação. É especialmente preocupante a alta concentração de estudantes no nível mais baixo de desempenho (nível I), que ultrapassa 40% em leitura e matemática em ambos os anos de ensino testados.
O estudo destaca as desigualdades estruturais persistentes na região
Em termos de equidade de gênero, as meninas apresentam desempenho superior ao dos meninos em leitura na maioria dos países, o que representa o desafio de melhorar os resultados de aprendizagem dos meninos nessa área. Entretanto, em matemática, há uma diferença que favorece principalmente os meninos em pouquíssimos países. Além disso, os estudantes de origem indígena apresentam pontuações sistematicamente mais baixas em comparação com seus colegas que não pertencem a esses grupos, mesmo quando se comparam estudantes de igual nível socioeconômico.
O fator socioeconômico continua sendo um determinante significativo nos resultados educacionais. O estudo demonstra a persistência de uma alta associação entre o nível socioeconômico dos estudantes e suas escolas com os resultados educacionais. Isso destaca a necessidade de abordar as desigualdades e garantir que todos, meninos e meninas, tenham igualdade de oportunidades de aprendizagem.
Medidas urgentes que reforcem as aprendizagens fundamentais
O ERCE 2019 deixa claro que a região da América Latina e do Caribe está enfrentando uma profunda crise de aprendizagem que exige medidas urgentes e enérgicas de todos os países. A região precisa voltar sua atenção para o ensino fundamental e concentrar-se no fortalecimento de aprendizagens fundamentais, ou seja, as competências de leitura e numéricas, pois estas são as bases para outras aprendizagens. Com sua análise dos fatores associados ao desempenho, este estudo apresenta possíveis medidas que podem ajudar os países nessa tarefa.